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De onde surgem os arrotos e quando devo me preocupar?

Arrotar representa um processo fisiológico do nosso corpo, porém em excesso pode causar constrangimento e desconforto ao paciente. As circunstâncias que geram arrotos excessivos envolvem o estômago, duodeno, vesícula biliar e esôfago. Muitas vezes o estilo de vida e fatores dietéticos, tais como o tipo de alimento comido e o método de comer contribuem para a piora dos sintomas.

O que é arroto?

A eructação ou o arroto, representa o mecanismo pelo qual expulsamos o ar do estômago ou esôfago através da boca. Isso acontece devido a ingestão natural de ar junto à saliva, bebida ou comida. Por isso pessoas que conversam enquanto comem podem apresentar mais arrotos ao longo do dia. Arrotamos como forma de reduzir a distensão abdominal relativa ao excesso de “ar engolido”.

Causas fisiológicos

O estilo de vida sedentário e dietas específicas podem contribuir com arroto excessivo. Mascar chicletes e balas muito duras, fumar, comer muito rápido, falar durante a ingestão de alimentos, ingerir alimentos facilmente fermentáveis, como a lactose e ficar sem se alimentar por mais de três horas seguidas também são causas comuns. Bebidas gaseificadas contém gás carbônico em sua composição. Ao chegar no estômago, reage com o ácido clorídrico produzindo ainda mais gases. O uso de bicarbonato como antiácido também da mesma forma contribui para formação de gases. 

Esses gases podem ser eliminados por meio do arroto quando concentrados principalmente no estômago ou, então, cair na corrente sanguínea.

Alimentos e gases

Os alimentos que mais produzem gases são: 

1)bebidas gaseificadas ou efervescentes e cerveja

2) feijão e vagem

3) brócolis, couve-flor, repolho, couve

4) cereais e milho

5) carne de porco

6) alimentos apimentados

7) pimentão verde 

8) cebola. 

Alimentos que aumentam o odor dos gases expelidos são: álcool, aspargo, feijão, vagem, repolho, couve, café, pepino, ovos, peixe, alho, noz, cebola, ameixa, rabanete, alimentos muito temperados. 

A maioria de casos dos arrotos excessivos, são relacionados às doenças do aparelho gastrointestinal. Neste caso, precisamos estar atentos pois o tratamento adequado pode melhorar os sintomas permitindo que o paciente volte a ter qualidade de vida e uma alimentação balanceada sem tantas restrições.

Principais causas de arrotos excessivos:

Hérnia Hiatal

Ocorre quando o estômago, um órgão abdominal, se desloca para o tórax devido um alargamento da transição entre esôfago e estômago. Esta condição pode alterar a passagem do alimento para o estômago e dificulta o controle do refluxo ácido do estômago para o esófago. Neste caso, os períodos de arrotar tendem a vir e ir de acordo com a posição de mudança do estômago.

Excesso de bactérias no intestino delgado

O intestino delgado pode ser afetado pela intensa proliferação bacteriana o que gera aumento de produção de gases durante a digestão e contribui para os arrotos em excesso. 

Infecções do estômago

As infecções bacterianas do estômago, causadas principalmente pelo Helicobater pylori, podem favorecer a produção de gases.

Úlcera gástrica:

A úlcera gástrica, é um tipo de ferida que se forma na parede interna do estômago e provoca sintomas como dor, queimação, náuseas e arrotos frequentes. Pode ocorrer pelo uso excessivo de medicamentos, como anti-inflamatórios e antibióticos, ou pela ingestão exagerada de alimentos muito ácidos e bebidas alcoólicas, assim como pelo estresse.

Intolerância do alimento

A intolerância a determinados alimentos podem igualmente contribuir com o arroto excessivo. Isto ocorre devido os nutrientes permanecerem no intestino por mais tempo sendo consumidos pelas bactérias  produtoras de gases. Exemplos:  intolerância à lactose,  intolerância do glúten, a má absorção da frutose, e a má absorção do sorbitol.

Insuficiência do pâncreas

O pâncreas é um órgão importante para a produção de enzimas digestivas. Quando se tem insuficiência do pâncreas há uma incapacidade de digerir adequadamente o alimento, conduzindo às intolerâncias alimentares e à má absorção. 

Quando se preocupar?

Ainda que seja um fenômeno natural do corpo, quando episódios de arroto se tornam muito frequentes e excessivos e estão associados a sintomas gastrointestinais (como enjoo e queimação), deve-se procurar o médico para um  diagnóstico correto.

Alguns Sinais de alerta são:

  • Perda de peso (não intencional)
  • Sangue nas fezes
  • Dor torácica

Tratamento

O tratamento dependerá da causa. Se o paciente estiver com o estômago muito distendido e com dificuldade em arrotar, pode-se deitar sobre o lado esquerdo do corpo para ajudar na expulsão desse gás.

Assim, ainda é possível usar alguns medicamentos que aliviam sintomas temporariamente, como sais de frutas, antifiséticos e pró-cinéticos e evitar consumo de alimentos que possam contribuir com os gases.

Estas medicações agem somente no sintoma. Portanto, a opinião de um especialista é ideal para investigação da causa e tratamento específico. 

Prevenção

É possível prevenir os arrotos adotando hábitos simples ao se alimentar. 

Evite comer de pé e com pressa, coma lentamente e mastigando bem os alimentos.

Evite falar muito enquanto mastiga. 

Diminua o consumo de bebidas gaseificadas e cerveja durante a refeição.

Não mascar chicletes, parar de fumar e, ainda, evitar alimentos ricos em enxofre e que acabam causando maior fermentação.

Como fazer o bebê arrotar?

Durante a ingestão do leite, a criança engole um pouco de ar. Isso pode fazer o bebê se sentir satisfeito antes da hora e ele ter mais fome depois. Além disso, o fato de engolir o ar pode contribuir para desconfortos abdominais, cólicas e gases em excesso, e por isso a é importante estimular o hábito de colocar o bebê para arrotar após as mamadas.

Por volta do quarto ao sexto mês, o bebê tende a melhorar a “pega,” sugando de forma mais eficiente o que diminui a ingestão de ar.

Existem várias posições para fazer o bebê arrotar. Abaixo, algumas opções efetivas: 

  • No ombro: com a cabeça do bebê no ombro, apoiando o bumbum no braço do cuidador (a)
  • Sentado: com bebê sentado no colo, de costas para o cuidador (a), com o tronco dele inclinado para frente, facilitando a saída de ar
  • De frente: No colo, virado de frente para a pessoa, mas sem levá-lo ao ombro

Fique atento, pois nem sempre o bebê faz barulho ao arrotar.

Independente da posição que for escolhida, associe tapinhas leves nas costas da criança que ajudam no processo.

Fontes:

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