O mundo da estética é amplo e cheio de opções para as diversas necessidades. Assim, a plástica anal vem com uma proposta inicialmente estética, visando a retirada do excesso de pele na região do ânus, chamado de plicoma anal. Entenda como funciona e descubra os detalhes.
Este procedimento tem melhorado a autoconfiança de muitos pacientes, principalmente durante as relações sexuais. Além disso, a retirada dos plicomas também facilita a higiene local após evacuação, refletindo em melhora de sintomas como coceira anal, dores e incômodos como sensação de inchaço do ânus.
O que são plicomas anais?
Plicomas anais são sobras de pele que são percebidas geralmente na parte externa do ânus. Podem surgir principalmente em mulheres no pós-parto – vaginais ou cesarianos -, porque a gestação costuma modificar a anatomia da região. Além disso, pacientes que sofrem de hemorroidas também podem apresentar essa condição.
Os plicomas não causam dor, porém, podem gerar desconforto estético. Assim como durante a higienização, são capazes de causar acúmulo de sujidades, gerando mal-cheiro, constrangimento e coceira local.
Como surgem os plicomas anais?
Não há uma causa específica para o surgimento dos plicomas anais. Entretanto, certas situações podem facilitar seu surgimento, como:
1. Inflamação na região do ânus: quando existe um processo inflamatório local, essa região pode inchar. Mas, com a melhora do quadro, ao desinchar, a pele se retrai e isso gera flacidez local, resultando em sobra de pele. Este processo ocorre principalmente em quadro de hemorroidas;
2. Fissuras em fase de cicatrização;
3. Cicatrização de feridas de qualquer cirurgia anal;
4. Resultado de hemorroidas externas trombosadas após melhora do quadro;
5. Gravidez: devido ao aumento do útero que eleva a pressão intra-abdominal com consequente inchaço perianal e pelas alterações hormonais;
6. Complicação de Doença Inflamatória Intestinal, principalmente da Doença de Crohn;
7. Obesidade.
Além das condições já citadas, os plicomas anais podem ser gerados por fatores predisponentes:
Constipação: fezes ressecadas levam ao esforço evacuatório, tornando esse um processo incômodo e às vezes até doloroso. Assim, causando estresse indevido na cavidade anal, resultando em fissuras e plicomas.
Parto: podem ocorrer nas mulheres com parto doloroso ou complicado.
Relação anal: se as pessoas praticam sexo anal sem lubrificação adequada, fissuras e plicomas podem aparecer, mas não é uma doença sexualmente transmissível.
Como prevenir essa situação?
Prevenir os plicomas anais é possível, desde que você cuide da sua alimentação. Existem algumas modificações que podem ser feitas, como:
1. Mantenha uma dieta rica em fibras e líquidos para que as fezes fiquem macias e bem formadas;
2. O papel higiênico é proibido. Faça a higiene anal com água (ducha ou bidê) e se possível lave com sabão neutro de glicerina e seque com toalha (de preferência) ou com papel higiênico;
3. Tome cuidado com o consumo dos seguintes alimentos:
- Evite condimentos (molhos picantes, vinagre, pimenta, pimentão, picles, mostarda, etc.);
- Comidas enlatadas;
- Cafés;
- Conservas;
- Tomates e derivados;
- Bebidas gasosas e alcoólicas fermentadas;
- Leite e derivados;
- Carne e gordura de porco;
- Bolos;
- Doces;
- Chocolate;
- Castanhas em geral,
- Amendoim;
- Coco;
- Avelãs;
- Nozes.
Diagnóstico dos plicomas anais
O simples exame proctológico pelo coloproctologista pode realizar o diagnóstico. Os plicomas podem variar de tamanho, sendo bem pequenos, em torno de 3 mm ou maiores, de até 3-4cm. Além disso, podem estar associados a hemorroidas ou cicatrizes de fissuras anais antigas.
Na suspeita de qualquer anormalidade de forma, cor ou sintomas, realiza-se a retirada de um fragmento e é enviado para biópsia (exame anatomopatológico).
Procedimento operatório
O procedimento é indicado quando o paciente se sente incomodado com a protuberância e excesso de pele anal. O motivo pode ser estético, coceira anal crônica, sensação de resíduos fecais mesmo após adequada higiene anal e sensação de inchaço anal aos esforços.
A retirada do plicoma anal é feita por meio de intervenção cirúrgica eletiva. Aliás, o procedimento acontece de maneira simples e sem grandes complicações, funciona assim:
1. Não necessita de internação e de preparo intestinal;
2. Existe aplicação de anestesia local;
3. São retiradas de forma elíptica e as bordas da ferida aproximadas com uma sutura absorvível;
4. A remoção do plicoma é feita com a tesoura;
5. O fechamento da ferida com pontos.
O excesso de pele é retirado com um corte cuidadoso para não interferir na parte funcional do ânus. A ferida é fechada por camadas, ponto a ponto, verificando o “caimento” da pele anal para não ficar dobrinhas ou retrações. Por todo esse cuidado e detalhamento técnico, a cirurgia ficou popularmente conhecida como plástica anal.
Nos dias que antecedem a cirurgia pedimos para os pacientes consumirem alimentos ricos em fibras e de alguns laxativos, para que as fezes saiam mais amolecidas nos primeiros dias de pós-operatório. Mas, é algo que pode acontecer normalmente, embora as primeiras possam doer, com presença de sangue e fibrina.
Depois do procedimento, o paciente pode voltar a fazer esforços leves em até 7 dias. As atividades pesadas e exercícios físicos, porém, só devem voltar a ser realizados após a completa cicatrização da ferida.
Quando a cicatrização não é feita de maneira correta, a retirada do plicoma pode acarretar fissuras anais, principalmente em pacientes com maus hábitos intestinais e fezes ressecadas. Caso isso ocorra, deverá ser feito um tratamento específico para a correção do problema.